seguro para automóvel
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Quando é vantajoso contratar seguro de automóvel?

Está pensando em contratar um seguro para automóvel, mas está com dúvidas se vale ou não a pena? Neste artigo, você vai descobrir quando é vantajoso contratar seguro para automóvel. Confira.

Por que ter um seguro para automóvel?

Qualquer seguro contratado traz a desejada “paz de espírito” que o segurado precisa para tocar sua vida com tranquilidade.

No caso dos seguros para automóveis, essa “paz de espírito” permite que o segurado tenha a tranquilidade de viajar, ou simplesmente estacionar o seu veículo despreocupadamente, pois caso alguma coisa aconteça, ele possui proteção capaz de sanar os prejuízos.

Embora essa seja a ideia de um seguro para automóvel, ainda assim vemos muitos segurados circulando por aí bastante preocupados, pois mesmo com a garantia de proteção, qualquer sinistro que o obrigue a usar o seguro vai subtrair vantagens posteriores.

Controverso, não é? Afinal, não é para isso que um seguro serve? Parece que não exatamente.

As seguradoras desenvolveram uma série de vantagens para estimular os segurados a andarem com prudência, o que tem feito muitos até abrirem mão de usarem seu seguro (mesmo precisando) para não perder o desconto do próximo ano.

Essas e outras questões nos levam a questionar: vale a pena contratar um seguro para automóvel? Quando é vantajoso contratar?

Continue lendo para conhecer as respostas. Leia também: como investir a curto e longo prazo.

Por que não contratar um seguro para automóvel?

Motivos para contratar um seguro para automóvel existem vários, mas e motivos para não contratar? Será que existe? Vejamos isso em termos financeiros.

Em 2017, com 23 anos, comprei um Gol G6, ano 2014, por R$ 31 mil. À época, cotei um seguro com cobertura completa (até para vidros) no valor de R$ 2.761,44 por ano, com franquia no valor de R$ 1.472,50.

Moro em cidade do interior, trânsito tranquilo, baixo índice de violência, viajo 1 vez a cada 2 meses para minha cidade natal – que fica a um pouco mais de 360 Km de distância – e fiz a média de 1 viagem por ano para uma distância acima de 500 Km.

Ao longo desse tempo, não houve sinistros sérios, tive apenas um amassado no teto (R$ 1 mil o serviço) e sofri uma batida na porta (R$ 400 o serviço).

Suponha que eu tivesse contratado o seguro e pagasse o mesmo valor todo ano, durante quatro anos (até 2021), e não o tivesse usado – os sinistros foram valores abaixo do valor da franquia – o total pago seria de R$ 11.045,76.

Em dezembro de 2021, pela tabela Fipe, o meu automóvel estava avaliado em R$ 35.835,00.

Embora aparentemente pareça ter havido uma valorização, devemos levar em conta a inflação acumulada neste período, pois somente considerando ela é que podemos saber qual foi a valorização real do bem.

Sendo assim, abatendo a inflação acumulada de dezembro de 2017 até dezembro de 2021 sobre o valor do veículo (o IPCA acumulado foi de 25%), o valor real é de R$ 26.866,21.

Agora, subtraindo o valor total pago pelo seguro durante 4 anos pelo valor real do veículo, chegamos ao total de R$ 15.820,45. O valor do seguro correspondeu a mais de 41% do valor do veículo.

Neste cenário, em termos financeiros, será que compensou pagar o seguro? Provavelmente não! Pois caso eu tivesse cobertura 100% da tabela FIPE, no fim, eu teria recebido quase 60% do valor real do veículo, descontado o que paguei de seguro.

Mas talvez você diga “com o tempo, o valor do seguro reduziria”. Talvez sim e talvez não!

Será que com a inflação do período o valor do seguro de fato diminuiria? Provavelmente não!

Mas como esse cálculo é mais complexo, mantivemos o mesmo valor (embora saibamos que ele provavelmente mudou).

Essa é a ilustração de um cenário em que eu não usei o seguro. Mas e se eu bater em um outro veículo? Ou se acontecer algo e tiver que pagar o conserto do veículo?

Mesmo nestes casos, você deve subtrair o que você pagou de seguro mais o valor da franquia.

Na hora de usar o seguro, muitos se esquecem de quanto já pagaram ao longo do tempo. Eles pensam apenas no custo da franquia.

No cenário ilustrado, qualquer indenização da seguradora abaixo de R$ 12.472,50 é prejuízo. Só será vantagem quando o valor for acima do valor total pago do seguro somado com a franquia.

Quando é vantajoso contratar um seguro para automóvel?

Financeiramente, é muito difícil dizer que é vantajoso. Como dito, seguro de automóvel compensa para quem deseja “paz de espírito”, pois nas contas mesmo, é prejuízo na maioria das situações.

Só será vantajoso – se é que podemos afirmar que isso é uma vantagem – se houver uma indenização por sinistro acima do valor pago, ou uma valorização do veículo acima da inflação e você tiver cobertura de 100% da tabela FIPE.

No mais, não é, e o motivo é a inflação. Sim, você deve pensar nela, porque as seguradoras não se esquecem dela na hora de atualizar os preços dos seguros.

“Mas e outras vantagens como guincho, chaveiro, carro reserva, danos a terceiros e outros?”

Vejamos isso melhor.

De início, alguns desses serviços, hoje, você encontra facilmente incluídos em benefícios de cartões de crédito. Cartões da bandeira ELO, por exemplo, dão assistência a chaveiro, troca de pneu e até guincho.

Então se você já tem esses benefícios inclusos no seu cartão de crédito, somente alguns outros você precisaria contratar.

E se você já possui um plano de saúde e pode solicitar seguro DPVAT, isso reduz ainda mais a necessidade de ter um seguro completo.

Mas e aí, compensa fazer um seguro para isso ou pagar de forma avulsa? Em termos financeiros, a melhor escolha custo/benefício são os seguros auto.

Eles dão coberturas mais flexíveis que envolvem situações de emergência e danos a terceiros, o que é bastante interessante, pois isso inclui situações que podem custar muito acima do valor pago pelo seguro.

Mesmo assim, você precisa estar bem atento para não sair em desvantagem.

Leia também: como investir na bolsa de valores.

Conclusão

Você quer “paz de espírito” para circular com o seu veículo – o que não quer dizer que terá paz de espírito sabendo que paga mais do que usa – então o seguro pode te oferecer isso.

Mas em termos financeiros, dificilmente algum cenário vai lhe ser favorável. Ainda assim, pode valer a pena se você contratar apenas o que realmente precisa.

Você tem cartão de crédito? Então confira os benefícios que ele oferece para você. No mais, busque por coberturas que envolvam terceiros, pois essas podem realmente custar acima do valor que pagar.