Neste artigo, descubra seis investimentos para se proteger da inflação em períodos de instabilidade econômica. Conheça cada um deles e como aportar da melhor forma para obter os melhores resultados. Confira.
Por que a inflação é ruim para os investimentos?
O mercado financeiro é altamente sensível aos menores indicadores de crise econômica a vista. Quando existe a probabilidade de que um país está sem controle da inflação, o resultado é uma forte queda na sua bolsa de valor.
O motivo é que os investidores sabem o quanto a inflação pode acarretar prejuízos aos negócios. A primeira preocupação dos investidores é a rentabilidade dos investimentos vs. a corrosão do seu poder de compra.
Para ilustrar, imagine um investidor que aplicou seu dinheiro em um investimento de renda fixa com rentabilidade de 8% a.a. durante o período de 3 anos. Neste período, a inflação foi de 10% a.a., isto é, superior a rentabilidade anual do investimento.
Isso significa que o investimento perdeu seu valor de compra porque a inflação do período corroeu os rendimentos gerados pelo investimento inicial.
A segunda preocupação é com relação a uma possível recessão econômica. À medida que o custo de vida aumenta, as pessoas tendem a diminuem seu consumo e seus investimentos até que a crise passe.
No entanto, se todas as pessoas tiverem esse mesmo pensamento – e isso é o que geralmente acontece – a economia desacelera de tal forma que a eminência de uma crise torna-se uma uma possibilidade real.
Além disso, investidores externos também começam a desfazer suas posições quando um país está sem o controle da sua inflação, o que agrava ainda mais o cenário econômico.
Como se proteger da inflação?
É muito difícil fugir da inflação. Você pode até conseguir se esquivar muito dela, mas em algum lugar ela encontrará você, pois atinge todo o mercado.
Para se proteger da inflação, existem três principais estratégias:
- Investir no mercado externo: seja adquirindo ações de empresas ou investindo em fundos, ou comprando dólar, é uma alternativa segura de escapar da inflação.
- Investir em ouro, joias ou artes: são itens cujo o valor podem ser reajustados à medida que a inflação cresce, embora não possamos deixar de considerar seu alto custo com segurança e contratação de seguro.
- Investir em imóveis: tal como o ouro, joias e artes, os imóveis são ótimos investimentos para se proteger da corrosão do poder de compra causado pela inflação.
Essas alternativas podem ser consideradas seguras, mas elas carregam alguns problemas. Se você vai investir, por exemplo, na bolsa americana, terá que ter certeza de que seu investimento vale a pena.
Já os investimentos em itens raros ou imóveis apresentam desafios como liquidez e sua precificação que precisa estar adequada ao mercado.
Quais são os melhores investimentos para se proteger da inflação?
Indo diretamente ao ponto, existem alguns investimentos que você pode aplicar seu dinheiro para se proteger da inflação, são eles:
1 – Renda fixa atrelada ao IPCA+ x%.
Você pode investir em títulos do tesouro ou CDB, LCI ou LCA cuja rentabilidade tenha como referência o IPCA do período e mais alguma porcentagem capaz de, no mínimo, cobrir uma eventual dedução de Imposto de Renda.
Esses investimentos são muito conservadores, isto é, serão capazes de empatar com a inflação e evitar a corrosão do poder de compra do investimento inicial, mas não poderão conferir muita rentabilidade.
A desvantagem desses tipos de investimentos é que se houver um aumento da taxa de juros no período superior a inflação, você estará amarrado ao investimento, pois se liquidá-lo antes do seu investimento, você poderá perder os rendimentos conquistados.
Mas, como vantagem, isso se você deseja proteção e nada mais, sendo esses investimentos em renda fixa, são muito seguros.
2 – Fundos de investimentos.
Você pode investir em fundos imobiliários, fundos de investimentos em carteiras de ações ou fundos de investimentos em carteiras de ações baseadas em índices do exterior como o S&P 500.
Esses investimentos, diferentes dos de renda fixa atrelados ao IPCA, podem ser mais interessantes em termos de rentabilidade. Eles são razoavelmente seguros e podem trazer retornos mais interessantes.
Obviamente, esse tipo de investimento está sujeito as oscilações do mercado e alguns deles podem ter uma liquidez um pouco complicada.
3 – Criptomoedas.
As criptomoedas também podem conferir alguma proteção contra a inflação, pois sua precificação de mercado é diferente do mercado tradicional.
Por exemplo, à medida que o Bitcoin vai se tornando mais escasso devido à sua mineração, sua demanda aumenta em relação à sua oferta, e isso causa um aumento considerável do seu valor.
Além disso, no momento, seu valor de mercado ainda não recebe muita influência das bolsas de valores do mundo, o que faz ela ser mais independente.
Porém, como se sabe, há uma grande oscilação nesse mercado. Então é preciso estar consciente de que esse investimento pode ser muito arriscado.
4 – Ações de companhias.
Embora a inflação afete diretamente as empresas, alguns setores considerados essenciais (energia, gás e petróleo) são capazes de ajustarem seu valor de mercado e pagamentos de dividendos ou JCP com base na inflação do período.
É preciso ser muito estratégico em quais setores investir. Geralmente, a alta da inflação pega em cheio setores como varejo e turismo. Por isso, é importante estar atento em quais setores e companhias investir.
Companhias de energia e gás costumam sofrer poucas oscilações de mercado, então você pode obter alguma proteção investindo em empresas desses setores.
5 – Imóveis e alugueis.
Aquisição de bens imóveis também apresentam uma alternativa viável contra a inflação. De modo geral, é possível reajustar os preços de acordo com a inflação do período.
Como mencionado antes, uma desvantagem pode ser a sua liquidez, afinal, se você precisar vender o bem por um bom preço, terá que ter paciência – às vezes até muita paciência.
Além disso, existe também o risco de desvalorização devido questões relacionadas à localização do bem imóvel. Isso pode impactar seu investimento, seja na venda ou na sua locação.
6 – Metais preciosos (ouro).
Metais preciosos como o ouro também se mostram investimentos capazes de conferir uma boa proteção contra a inflação. No entanto, não é recomendado que o investimento seja feito para armazenamento.
Os custos para armazenar ouro ou outros metais preciosos podem ser caros. Você precisará terá custos elevados com a segurança e contratação de seguro para realizar o armazenamento.
Então recomenda-se que você invista em fundos mútuos bem diversificados e especializados em ações de companhias mineradoras de metais preciosos e que cobre menos de 1% a.a. de taxa de administração.
Diversificação vs. inflação
Para o investidor com recursos limitados, a diversificação não se mostra prática para fins de proteção contra a inflação, exceto por meio de sociedades com terceiros e com riscos especiais inerentes ao lançamento.
No mais, se quer realmente a proteção, o melhor é buscar investimentos de baixo risco capazes de segurar o preço, tais como fundos de investimentos, títulos de renda fixa atrelados ao IPCA e outros semelhantes.
Conclusão
Quanto mais você depender da receita gerada por rendimentos da sua carteira de investimentos, mais você deve se preocupar com a inflação.
Ela corrói o poder de compra ao longo do tempo, e se você não quer ver seu padrão de consumo reduzir por causa dela, deve começar a considerar investimentos que possam blindá-lo disso.
O investimento em ações costuma conferir mais proteção contra a inflação do que investimentos em renda fixa, exceto se o investimento em renda fixa estiver atrelado ao IPCA do período.
Mesmo assim, deve-se selecionar ações de companhias com muito cuidado, ou melhor, investir em fundos diversificados especializados em proteção contra a inflação.